SÍNTESE DO TEXTO - IDEOLOGIA - Robyn Quin

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
MESTRADO EM EDUCAÇÃO - TECNOLOGIA DIGITAL
DISCIPLINA – MÍDIA E EDUCAÇÃO
PROFESSOR – ROBERTO APARICI
ALUNO – Francisco Sueudo Rodrigues

SÍNTESE DO TEXTO IDEOLOGIA DA AUTORA ROBYN QUIN
Ideologia é uma categoria fundamental para análise e compreensão dos meios de comunicação.
As várias definições de ideologia
1 – Conjunto de idéias, normalmente política, formulada de forma coerente e racional, usadas para delimitar e compreender a forma de organização da sociedade.
Essa definição é pejorativa, pois sugere as idéias como falsas e imperfeitas por não serem realistas.
2 – Conjunto de valores sociais, idéias, crenças, sentimentos, representações institucionais, onde as pessoas de forma coletiva dão sentido ao mundo em que vivem.
Esta definição é uma busca de sentido para o mundo coletivo.
Para que uma ideologia tenha repercussão social deve ser compartilhada e convencida por um grupo numeroso de pessoas.
Este conceito de ideologia nos leva além do terreno das idéias puramente racional e consciente.
Robyn Quin aborda que as ideologias se conectam a outros corações e cabeças, mas nem sempre somos conscientes delas. Como exemplo, citamos o empréstimo de dinheiro atualmente aos bancos, onde ante era proibido e somente os judeus faziam tal atividade de empréstimo pois não estavam sujeitos a lei do cristianismo. Outro exemplo é quando nos deparamos em uma porta com uma pessoa de sexo contrário, sabemos que o homem a atitude é do homem abrir a porta para a mulher e no caso contrário da mulher abrir a porta para o homem isso não acontece.
Muitas possibilidades nos levam a pensar sobre o fato do homem abrir a porta para uma mulher, que vão desde as opções mais tradicionais até sobre a superioridade masculina, dentre outras. A opinião da autora é que o homem para abrir a porta para uma mulher não tenha analisado as possibilidades contidas na hipótese de porque ele abre a porta, e sim, tenha agido no plano do inconsciente. Nisto implica uma posição ideológica sobre a linguagem, textos e representações, como também ideológica em ações vivenciadas na família.
A autora afirma que a cultura ocidental estrutura as construções de espaços, como casa etc, em torno da ideologia e da cultura familiar de forma diferente dos aborígenes australianos, que conserva uma ampla estrutura comunitária onde incorpora membros de até três ou mais gerações em sua estrutura familiar.
Atualmente as cozinhas são amplas e conjugadas com a sala de estar onde podem ficar tanto os homens quanto as mulheres. Esta atitude reflete a emancipação feminina do século XIX. A ideologia também se reflete nos espaços físicos de nossas escolas e universidades.
O texto analisa as imagens , modelo estrutural de uma família antes e depois o enlace matrimonial que agora se encontra feliz, sob diversos pontos de vista em conformidade às características dos sujeitos que se encontram frente aos mesmas, quer sejam, australianos, homossexuais, negros, marxistas e aborígenes cada um vai analisar de um modo diferente. Todo grupo social tem sua própria forma de pensar, sentir, crer e entender o mundo. Segundo a autora, Althusser seguindo Marx, sugere que toda sociedade têm uma ideologia dominante e que o conceito de ideologia transcende à consciência, ou seja, é uma força inconsciente que as pessoas vivem mas não notaria. Um exemplo, é não ter problemas em aceitar o uso da propriedade privada na cultura ocidental, onde os indivíduos podem ascender socialmente em relação a classe de bens e posse de terras, mesmo o direito de propriedade se encontrando nas mãos de uma minoria. Na Grã-Bretanha e Austrália é sete por cento o benefício em relação a propriedade privada. A autora não é que se posiciona em relação a propriedade privada, mas questiona por que aceitamos tais decisões que não representam as idéias da maioria dos grupos sociais. Ela coloca, segundo Althusser, que o aparelho repressivo do estado usa de mecanismos que obrigam as pessoas a se adaptarem a uma ideologia dominante. Utilizam para coagir as pessoas que se rebelarem o sistema penal.As instituições repressoras são legalizadas, como a polícia, sistema judiciário, penitenciário e o exército. Suas táticas variam através do tempo. Ex: O castigo na idade média era um ato público, atualmente ele é privado.
Os aparelhos ideológicos do estado são interessantes para analisar os meios de comunicação e funcionam de maneira coercitiva mas conquistam através da ideologia dominante. Althusser identifica como aparelho ideológico do estado a igreja,a família, a escola e os meios de comunicação. Dentre esses o mais importante são os meios de comunicação que tendem a apoiar a ideologia dominante, produzindo programas e produtos que defendem os valores da cultura branca, patriarcal e capitalista.
Os elementos que investigam esse processo são:
1 – Com o objetivo de ganhar apoio para a ideologia dominante também oferecem seus produtos para grupos minoritários, indígenas, mulheres, negros etc. Eles supõem que estar presente nesses grupos maior parte de sua audiência
2 – Os meios de comunicação se ocupam de noticiar violência, pois são as notícias sobre conflitos que fazem mais sucesso. Os mesmos meios que se ocupam da ideologia dominante ocupam-se também dos problemas sociais, sem questionar o sistema, apresentando sempre soluções convencionais para resolução dos problemas.
Os meios também ocultam certos problemas e até os grupos minoritários. Como exemplo, podemos observar que é raro ver um aborígene na televisão, bem como um homossexual participando de uma novela.
Os meios de comunicação mascaram com freqüências diferenças sociais existentes através do tratamento dado aos grupos sociais ao utilizar tratamento uniformizado para com os mesmos. A autora cita como exemplo a Austrália que usa o seguinte tratamento aos indivíduos como se fossem grupos diferentes, ou seja, chama de “membro de uma família”, “australiana” ou “parte do público”. Por utilizarem um tratamento de unificação, classificam a todos como iguais e sugere que compartilhem os mesmos propósitos, objetivos e desejos, alterando assim as diferenças.
Outra forma de maquiar as contradições sociais é realizada através da apresentação de uma sociedade plural. Qualquer um pode viver como os demais grupos diferentes como iguais. Isto é uma forma de mascarar os conflitos sociais ao dizer que temos o direito e oportunidade de fazer o que desejamos.
A segunda função importante que o trabalho ideológico realiza é através da incorporação e contenção de outras posições ideológicas.
Como a ideologia age, antes de rechaçar as pessoas que são dissidentes dos meios de comunicação, elas são neutralizadas e lhes é oferecido por ocasião um lugar para se expressarem, dentro do sistema de forma geral. Um exemplo claro desse ponto de vista, é a cultura juvenil que perturba as ideologias em relação ao modo como se comportam. Suas resistências estão da dança, na música e nas vestimentas. Esses estilos juvenis irreverentes são incorporados aos meios de comunicação através da popularização e comercialização dos mesmos de forma a despojá-los de suas tendências radicais. Da mesma forma que fazem com o estilo juvenil, os meios de comunicação incorporam na corrente dominante, elementos femininos furtando-lhes também os aspectos radicais. Como exemplo, o duro trabalho realizado pela mulher passa a ser mostrado como uma satisfação que lhe é proporcionada através da casa e das crianças.
Em síntese, podemos afirmar que as ideologias podem estar em um mesmo texto ou combinando discursos do passado com o presente, formando parte de uma ideologia dominante e coexistindo com ideologias emergentes.
O argumento da incorporação tem duas vertentes nas sociedades democráticas, tanto de neutralizar e conter os dissidentes através da incorporação, quanto de popularizar-se na reforma da ideologia total da sociedade.