quarta-feira, 17 de outubro de 2007

SÍNTESE DO TEXTO - A reinvenção da educomunicação -Roberto Aparicci

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
MESTRADO EM EDUCAÇÃO - TECNOLOGIA DIGITAL
DISCIPLINA – MÍDIA E EDUCAÇÃO
PROFESSOR – ROBERTO APARICI
ALUNO – Francisco Sueudo Rodrigues

SÍNTESE DO TEXTO - A reinvenção da educomunicação - Roberto Aparicci
Desde os anos 50, grupos de educomunicadores estão desenvolvendo suas atividades em diferentes lugares do planeta. Existem lugares onde foi difícil uma prática comunicativa por questões políticas autoritárias, fruto da ditadura, como é o caso da Espanha com Franco, do Chile com Pinochet, da Argentina com Videla e também práticas separatistas que é o caso dos países do Sul da África e os estados policiados como é o caso do Brasil, Uruguai e México, também os que divulgam suas práticas democráticas como é o caso dos Estados Unidos que foram lugares ótimos para desenvolverem e colocarem seus ideais em um exercício comunicativo baseado na prática da liberdade.
Em outras regiões da Europa, África e Ásia, a origem da comunicação educativa tem lugar nos meados dos anos 90. Nesse mesmo período a Austrália e o Canadá alcançaram seu máximo desenvolvimento.
Este apogeu dos movimentos ligado a educomunicação no contexto internacional tem tido destaque nos últimos vinte anos.
A ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA EDUCOMUNICAÇÃO
A introdução da comunicação e suas tecnologias como objeto de estudo é um fenômeno do século XX.
O uso dos meios em suas origens se vincularam a eficiência baseado na reprodução.
A escola de FrankFurt estudou os meios como indústria, com pilares de perspectivas crítico-reflexivas na década de 60 e espalhou a educação como matéria de comunicação.
Durante os anos 60 e começo dos anos 70, são criadas organizações não governamentais dedicadas aos estudos dos meios e sua prática crítico-reflexiva na escola. Por falta de ajuda estas instituições desapareceram se adaptando a outro contexto político-econômico para sua sobrevivência, frente ao conservadorismo de Reagan nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos foram um dos países pioneiros na prática educomunicativa com um exercício instrumental e tecnicista no começo do século XXI.
No começo do século os norte-americanos articularam um movimento através do departamento de estudo dos meios, voltados para sua formação.
O Canadá na década de 90 destacou-se a nível internacional por ter alcançado um ensino crítico dos meios na educação primária e secundáaria, através de um grupo formado nos anos 80 por professores ingleses e australianos.
A Inglaterra e Austrália foram os países que consideraram prioritário introduzir o estudo dos meios na escola e a formação especializada para docentes.
Os anos 70 e 80 foi um período caracterizado pela organização e formação de diferentes práticas no campo da educomunicação, com repercussões locais e internacionais, criando vínculos com especialistas no mundo anglosaxônico e ibero-americano, embora em separado, com proposta de comunicação e cultura popular sustentados nos princípios pedagógicos em Paulo Freire.
Desde os anos 70 aos anos 90, o movimento educomunicativo na América Latina se desenvolveu através de práticas que educadores e comunicadores realizaram desde a base das instituições.
No contexto espanhol os grupos promoveram uma educação para os meios. Através da democracia as atividades se multiplicaram em associações e grupos de trabalhos com o objetivo principal de uma educação audiovisual. Em outros países europeus aconteceu da mesma forma.
Novo processo de estudo se inicia no fim da década de 90 e início do século, sobre a incorporação das tecnologias digitais cada vez mais eficientes com suas práticas críticas e reflexivas.
O estudo da comunicação entre a década de 70 e início do milênio é inversamente proporcional a expansão das novas tecnologias e ao desenvolvimento do paradigma econômico presente na educação.
Os audiovisuais, televisão, vídeos, etc são substituídos por aulas de informática e os modelos de formação não são os mesmos dos anos 40 e 50 quando ainda era ensinado a escrever em máquina datilográfica.
MODELOS DE EDUCOMUNICAÇÃO
PRIMEIRO MODELO

O ensinamento da tecnologia e dos meios era para formar o aluno em operador técnico. Esse modelo se baseia no mito de que quem conhece a tecnologia pode controlar quase tudo. Deixam de lado o ensinamento dos meios sob o falso paradigma da neutralidade tecnológica, não determinando o que, como e para que ensinar.Estava interessado em formar uma “boa mecanógrafa”.
SEGUNDO MODELO
Enquadram-se aqui os educomunicadores que utilizam técnicas de jogos e simulação com os alunos, como exemplo como dirigir um filme, ser apresentador de rádio ou televisão etc.
Este modelo está tão difundido na escola quanto ao modelo anterior, utilizando os projetos vídeo, rádio e televisão na escola. Atualmente se estendeu ao campo da informática.
O aluno ao simular ser entrevistador, repórter, produtor etc, não passa de um jogo de situações pré-estabelecidas.
Este modelo poderá ser interessante se utiliza uma proposta desmistificadora do mundo midiático, analisando os estere3ótipos dominantes e construindo outros modelos e outras formas de organização dos meios.
TERCEIRO MODELO
Nesse modelo, os educadores centram seu trabalho nas análises dos meios. O objetivo é formar um analista que será um crítico de cinema, televisão, rádio ou multimídia. Se utilizam de métodos sensíveis de análise de conteúdos e estudos mais complexos, como análise de audiência, empresas e agências.
Este modelo poderá ser interessante se inclui análise de caráter econômico e político, para conhecer as empresas de comunicação e tecnologia.
Um tema fundamental de estudo são as conseqüências da concentração dos meios nas empresas financeiras etc e o desenvolvimento de estratégias organizacionais frente a novas situações que se dão em escala mundial.
QUARTO MODELO
Integra os três modelos anteriores ou parte deles.
Cada um desses modelos deixa de lado as competências fundamentais, ou seja: ser gestor de ações comunicativas, organizadores de grupos, animadores etc. desenvolvedores de atividades na escola como no ciberespaço, onde um jogo poderá desenvolver movimentos cooperativos e solidários.
Muitos outros alunos realizam atividades de Hackers com outros grupos que lutam contra injustiça local e planetária. Este tipo de Hacker não se adéqua ao estereótipo de terrorista do ciberespaço.
O educomunicador tem que conhecer diferentes dinâmicas de organização social que se estabelecem na rede.
VOLTANDO A PENSAR NA COMUNICAÇÃO EDUCATIVA
O estado de homogeneização a que estamos imersos por ter seguido modelos exitosos dos anos anteriores, requer novos planejamentos da educação em matéria de comunicação.
Temos que voltar a aprender aprender e atuar de outra maneira.
Temos uma vantagem em relação ao passado, que tínhamos que inventar tudo quase que diariamente. Por este tempo temos articulado currículo, grupo de trabalho e sabemos como o aluno aprende em função de seus estágios evolutivos e tudo isto será muito útil para voltarmos a crê, organizarmo-nos e inventarmo-nos.
ALFABETIZAÇÃO DIGITAL
No mundo anglosaxônico quando se fala de alfabetização informativa e digital se refere a uma destreza instrumental e mecânica, é decidir e conhecer uma ferramenta sem considerar as profundas alterações resultantes da introdução de uma tecnologia em um determinado âmbito.
A máquina a vapor significou uma alteração no modo de produção, uma alteração também na concepção de tempo e espaço. As novas tecnologias no campo da educação implica investigar novas formas de informar, compreender e ensinar. Implica o surgimento de novas estruturas narrativas como é o caso do hipertexto, com organizações conceituais de outra ordem e o desenvolvimento de metodologia da escrita e leitura não linear.
Um processo de alfabetização implica um ato de compreensão ação com o fim de atuar e modificar uma determinada área.
Alguns do grande objetivos existentes em um processo de alfabetização digital:
1 – Localizar a rede das informações;
2 – Descobrir os espaços de publicidade e o marketing usado na rede;
3 – Dominar as estratégias de captação de usuários na rede e o que poderá atentar à sua segurança;
4 – Divulgar os sites de informações controvertidas;
5 – Saber diferenciar informações diversas;
6 – Integrar o ensino à prática multimídia nos processos de ensino analógico e digital;
7 – Detectar a atitude de grupos políticos que asseguram a informação dar poder ao cidadão e salvará as democracias;
8 – Aprender a manejar a ferramenta, sabendo que o processo de alfabetização tem de oferecer proposta, procedimentos e mecanismos para não se perder na superabundância dos dados.
Roszack, nesse sentido disse: Em uma democracia vital, o que importa não é a quantidade mas sim a qualidade da informação.

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